Rivotril para todos

Por Rogério Ortega

Este blog terá uma versão impressa na Folha. A estreia foi na edição desta quinta-feira (7) e pode ser lida pelos assinantes do jornal, em sua versão digital. Depois disso, a seção passará a sair no impresso aos sábados e às quartas, até a crise ou o país acabarem –o que vier primeiro.

Embora o assunto já seja quase pão amanhecido para os padrões da internet, a Coxinha com Mortadela em papel tratou da performance da professora Janaina Paschoal, coautora do pedido de impeachment de Dilma, no ato do largo São Francisco na última segunda (4) à noite. A esta altura, todos vocês já viram gifs da professora girando a bandeira ou o vídeo em que suas imagens ganham trilha sonora do Iron Maiden (um amigo disse que só faltou direção cênica do Zé Celso no ato das Arcadas; outro ponderou que, se isso acontecesse, o discurso duraria no mínimo seis horas).

Curiosamente, ou nem tanto, alguns dos que chegaram a sugerir um “exorcismo” na professora e fizeram até comentários sobre seu cabelo foram as mesmas pessoas que acharam absurda a recente capa da “IstoÉ” que diz que Dilma, diante da pressão por sua saída do cargo, estaria perdendo o controle. Eu acreditava que críticas ao machismo não dependessem do lado da guerra em que o alvo do machismo está; como diria o grande Carlos Heitor Cony, ledo e ivo engano.

De todo modo, não admira que o presidente do STF tenha precisado, segundo o site “Diário do Poder”, comprar um calmante e tomá-lo na própria farmácia. Se até o Lewandowski está nesse estado de nervos, meus amigos, é porque o Brasil não tá fácil pra ninguém.