Enquanto o impeachment não se desenrola no Senado, Dilma e Temer, vizinhos desconfortáveis, trocam farpas pela imprensa e acusam um ao outro de golpe. Venha de onde vier, que golpezinho demorado esse, não? Malditos ianques –o pessoal da CIA já foi mais rápido nesse negócio.
Em Salvador, a presidente disse “eles querem sentar na minha cadeira sem voto”. Ingenuamente, eu acreditava que a cadeira não fosse propriedade da Dilma. E cada vez mais me dou conta de que 54 milhões não notaram a cara do Temer na urna. O eleitor brasileiro é muito distraído.
E o chefe da conspiração, por sua vez, classificou de “golpe” a ideia de antecipar eleições presidenciais para este ano. Nos EUA, afirmou Temer, “as pessoas ficariam coradas” de apresentar uma proposta como essa (se bem que os rednecks americanos já são todos meio vermelhões).
Outra ingenuidade minha: eu achava que a Presidência do que Ivan Lessa chamava de Bananão fosse o maior abacaxi do mundo. Engano. Quem tá fora quem entrar, mas quem tá dentro não sai.