Falta uma Janete Clair na novela Brasil

Por Rogério Ortega

Quando todo mundo achava que o assunto político do dia seria a condução coercitiva do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para depor na Polícia Federal na sétima fase da Operação Zelotes, um presidente interino da Câmara da pesada resolve aprontar altas confusões.

Governistas que até anteontem achavam absurdo um investigado como Eduardo Cunha conduzir o processo de impeachment puxaram o corinho de “viva Maranhão” –o vice e aliado de Cunha, afastado da presidência da Câmara pelo STF, também é um dos alvos da Lava Jato.

"Ai, gente, que notícia linda." (Foto de Alan Marques/Folhapress)
“Ai, gente, que notícia linda.” (Foto de Alan Marques/Folhapress)

O mercado, como era de esperar, reagiu com perplexidade.

Está faltando alguém resetar o que o finado Ivan Lessa chamava –cada vez com mais justiça– de Bananão. Ou um roteirista para inventar um terremoto, como Janete Clair fez em 1967 na novela “Anastácia, a Mulher Sem Destino”. Mais sem destino que o Brasil tá difícil.