Coxinha com mortadelarenan calheiros – Coxinha com mortadela

É tempo de quadrilha em Brasília

Rogério Ortega — Thu, 16 Jun 2016 19:29:30 +0000

É claro –a época das festas juninas chegou, e na capital do país não é diferente (“olha a delação premiada!” “É mentira!”). A da senadora Kátia Abreu –aliada de Dilma Rousseff– parece ter sido bem animada. Segundo o relato dos repórteres Marina Dias e Paulo Gama, teve Tiririca cantando forró em árabe e Renan Calheiros contando uma história que as redes sociais costumam chamar de “fanfic” (“seu neto Renzo, de 9 anos, o surpreendeu com a pergunta: ‘Vô, o senhor é golpista?'”).

‘Eu sou Dilma, não sei por que, mas gosto daquela mulher’, diz Renan Calheiros https://t.co/hdV93rg9yB pic.twitter.com/vQT960aeNI

— Folha de S.Paulo (@folha) 16 de junho de 2016

Recomenda-se não convidar o presidente do Senado e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para a mesma barraca do beijo –na festa de Kátia Abreu, Renan parecia nervoso com o pedido de prisão enviado por Janot ao STF (mesmo após ele ter sido negado por Teori Zavascki).

De todo modo, festas envolvendo a senadora costumam ser agitadas, e é uma pena que –pelo menos até o momento em que escrevo– não tenham aparecido fotos do pessoal vestido a caráter. O mínimo que eu espero é que essa quadrilha renda memes tão bons quanto o do Lula psicodélico.

eu tô só o lula nessa festa junina pic.twitter.com/Vo5Bl2sL6v

— izzy (@lastbasquiat) 13 de junho de 2016

E o Sarney lá

Rogério Ortega — Tue, 07 Jun 2016 19:52:42 +0000

A relativa modorra do noticiário político brasileiro nos últimos dias foi sacudida hoje, com a notícia de que Rodrigo Janot, procurador-geral da República e homem de vários sósias, aparentemente acordara invocado e decidira pedir a prisão de Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Romero Jucá e do ex-presidente José Sarney (ou seja, basicamente o PMDB inteiro).

Como explica o texto de “Poder”, é a primeira vez que a PGR pede a prisão de um presidente do Congresso e de um ex-presidente da República –no caso deles, em razão das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Mas parece que o potencial de memes e piadas com o imortal bigodão é maior que o de todos os outros envolvidos. Vejam a seleção abaixo:

vcs já pararam pra pensar q se o Sarney for preso é o fim do “e o sarney lá”?
tipo
é o meme original
pré twitter

— Mulher Tamarindo (@MulherTamarindo) 7 de junho de 2016

E o Sarney vai ficar preso aonde? Na pirâmide?

— José Simão (@jose_simao) 7 de junho de 2016

Se o Sarney for preso e for pra delação premiada, saberemos o motivo da extinção dos dinossauros e da queda de Lúcifer.

— Rey Biannchi – (@ReyBiannchi) 7 de junho de 2016

Agora q vai ser preso, o Sarney poderá esclarecer esse crime. https://t.co/z95aL9w8Mg

— Fábio (@o_colecionador) 7 de junho de 2016

Se o Sarney for preso e fizer uma delação premiada, a gente vai ficar sabendo até como foi o último episódio de caverna do dragão!

— JúnioR Águia (@AguiaJunioR) 28 de maio de 2016

é um medo atávico, o medo do caos, o medo de matar o pai, o medo do “se Sarney está preso, então tudo é permitido”

— André (@drexalvarez) 7 de junho de 2016

“Se o Sarney for preso…” pic.twitter.com/sNoisEMCmU

— Andre Vallias (@andrevallias) 7 de junho de 2016

Os nomes do poder

Rogério Ortega — Thu, 28 Apr 2016 20:08:15 +0000

Finalmente uma iniciativa do governo que o pessoal aprovou: a grande diversão de ontem nas redes sociais foi procurar o próprio nome, ou nomes esdrúxulos, na base de dados Nomes no Brasil, divulgada nesta quarta (28) pelo IBGE. Foram tantos os acessos que o site “apresentou instabilidade momentânea” (que continuou hoje: pesquisar foi um desafio à paciência).

Por curiosidade, fui procurar alguns nomes dos protagonistas da crise política. De certa forma, deu o esperado: há 40.479 mulheres chamadas Dilma no país (maior proporção por 100 mil: Bahia), 78.252 Michéis (“Michel Miguel”, como o vice, deve ser mais raro), 628.539 Eduardos –o nome talvez seja a única coisa em que Cunha é campeão de popularidade– e 170.182 Renans.

Com popularidade se arrastando pouco acima dos 10%, talvez seja um consolo para Dilma saber que não está só: tem 40.478 xarás. Resta saber se elas a aprovam ou prefeririam mudar de nome.

Enrolador-geral da República?

Rogério Ortega — Tue, 19 Apr 2016 23:00:35 +0000

O presidente do Senado, Renan Calheiros, aliado de Dilma Rousseff, quer votar o impeachment na Casa em um mês –17 de maio é o prazo previsto para que o plenário vote sobre a admissibilidade da decisão da Câmara; só depois da aprovação a presidente pode ser afastada. Como comparação, em 1992 Fernando Collor deixou o cargo em 2 de outubro, três dias depois da votação na Câmara.

Os prazos de Renan geraram, como dizem as bulas de remédio, uma série de reações adversas:

Renan deixa de enrolar#votelogooimpeachment

— catarinaalice (@cahchorta) 19 de abril de 2016

Quantos pais de família perderão seus empregos neste mês em que Renan vai deixar o país no limbo, paralisado?

— Dr. Money (@doutormoney) 19 de abril de 2016

Como Renan e Lewan queriam: tumulto pra enrolar… https://t.co/w8ptv6E4Qv

— Cecilia Costa Mendes (@CeciliaCostaMen) 19 de abril de 2016

Algo me diz que vai ser necessário um Benedito Ruy Barbosa anabolizado para manter o interesse dos brasileiros na novela (e, a julgar pela imagem aqui embaixo, só tem vilão nessa trama).

Senado recebe parecer favorável ao prosseguimento do processo de impeachment de Dilma: https://t.co/cl5fbVvs3x pic.twitter.com/IBBg2ehR0K

— Jornal Nacional (@jornalnacional) 19 de abril de 2016

Eu vou chamar o síndico!

Rogério Ortega — Tue, 12 Apr 2016 21:00:42 +0000

E se cair o rei de espadas, cair o rei de ouros etc., como naquela música do Ivan Lins? Por exemplo, Dilma e Temer cassados mais Cunha e Renan presos? Quem assume se acontecer esse “que se vayan todos”? Lewandowski? Tiririca? A tia do cafezinho do Congresso?

Nelson Moraes, do site “República dos Bananas”, tem a solução: convocar Tim Maia para assumir a Presidência. O problema, diz o Nelson, é que o síndico foi chamado, mas não está dando retorno –provavelmente, por ter morrido há 18 anos.

Outro risco, digo eu, é sintonizarmos o Tim circa 1974/75 e ele mandar um LEIA O LIVRO UNIVERSO EM DESENCANTO em vez de “leia a Constituição”. Considerando as opções em jogo, acho que ainda assim valerá a pena.

(E eu topo trocar o “ordem e progresso” da bandeira por “guaraná, suco de caju e goiabada para sobremesa”.)

“Mais retorno! Mais grave! Mais agudo! Mais tudo!” (Foto de Dadá Cardoso – 1º.fev.1996/Folhapress)